quinta-feira, 26 de março de 2009

Não basta ser mãe!


Pois é, eu sempre pensei que para ser mãe bastava a gente carregar um barrigão enorme( foi esse o meu caso) por longos 9 meses, dar todo o amor e carinho,ficar noites sem dormir vigiando se a febre não voltou, alimentar, vestir, etc etc e tal. Triste engano. Para ser mãe é preciso também saber fazer uma AMPULHETA!É, isso mesmo, fazer uma ampulheta.Foi essa a tarefa que o Luca trouxe para a casa, junto com uma folhinha de papel com as instruções, que quando li, achei facílimo, que ia ser mamão com açúcar, doce no mel, mais fácil que tirar doce de criança ou qualquer outra expressão que vc aí lembrar para definir uma tarefa simples.Bastava pegar " duas garrafas pets pequenas de 500 ml, uma com tampinha, que deve ser furada ao meio com um prego bem grosso ( chame um adulto para fazer isso), encha uma com arroz, ou feijão, ou milho, ou farinha, junte as duas extremidades e passe fita crepe" e ZAZ, nossa ampulheta estaria prontinha. Fácil, né?
Bom, tomamos uma garrafinha de Mate Couro( um refri local, que gostamos muito em casa) abrindo uma exceção ao fazê-lo em plena quarta-feira, porque isso, de tomar refri aqui em casa só nos fins de semana. A outra , para não sermos obrigados a quebrar MUITO a regra ,eu virei numa garrafa térmica. Lavei as duas pets, deixei emborcadas para escorrer um pouco da água e facilitar quando fosse secar por dentro. Aí, abri as portas da despensa para procurar o que colocar dentro, de acordo com as tais instruções... drama total... fim de mês, pouco arroz na lata, farinha um cadiquinho só, de feijão só meio saco... procura daqui, dali, acho um saco com milho para pipoca. Ahá, minha salvação! Vamos de milho, milho pode! Coloquei o milho... decepção...a quantidade era insuciente para encher a garrafa ( que no nosso caso era maior, de 600 ml).Pensa, pensa... Vamos cortar a pet, depois encaixar mais embaixo que assim fica menor! Cortei a primeira, mas fiz muito em cima e não encaixava direito. Torce, retorce, corta mais uma beiradinha e... ficou tortinha, mas ao menos ficou com cara de garrafinha... meio torre de Pisa, mas tudo bem. Eu só tinha duas garrafas, tinha que ser aquela mesma. A outra, eu já cortei e emendei melhor, porque tinha aprendido e ficou lindinha. Passei fita crepe nas junções das duas e fui então fazer o tal furo na tampinha. Não tinha prego, daí peguei uma chave de fenda e fui esquentando na chama do fogão e aplicando quando quente na tampinha. Fiz o tal buraquinho e fui tentar fazer o milho correr de uma garrafa para a outra e... nada! "Vamos aumentar o buraco" falei pro Luca. E isso eu tive que fazer ( obviamente queimando as pontas dos meus dedos, porque a chave de fenda quente escorregou N vezes )até o buraco ficar quase que do tamanho da circunferência da tampa. Isto porque os milhos ( e aconteceria o mesmo eu usando feijão ou o arroz) não têm um formato exatamente igual um do outro e quando começavam a descer , emperravam. E uma ampulheta não pode funcionar na base de tapinhas no "bumbum" né? O que for que coloquemos dentro, precisa descer aos poucos, sem parar, num fluxo contínuo. E isso eu só consegui dessa forma, abrindo um buracão na tampa! Mas funcionou!!! Não imaginam a nossa alegria , DUAS HORAS depois que começamos, quando vimos os grãos descendo, lindos,amarelinhos, sem parar, de uma garrafa para outra. Colei rapidamente uma extremidade na outra, colocamos em pé ( quando então ficou mais visível o quanto a primeira garrafinha tinha ficado torta...) e , graças ao bom Deus, nada saiu do lugar e continuou funcionando! Graças! Viva!
A alegria só não foi maior do que a nossa decepção ao contar quanto tempo que isso levava : exatos SEIS SEGUNDOS!! Mas quer saber, que se dane quem inventou esse Para Casa e que essa(e) infeliz saiba que, em SEIS SEGUNDOS, eu sou capaz de xingar toda a sua geração pela trabalheira toda que me deu e ainda prever maldições caso chegue prá nós fazermos, mais uma dessa!!


Notinhas:

1- essa palavra AMPULHETA, sempre me remete à minha adolescência, quando na flor dos meus quinze anos, meu primeiro namorado, ele morando em BH e eu no Rio, na época o mais comum era a troca de cartas e em uma delas ele me saia com a seguinte pérola : "MAIS UM MÊS SE PASSOU NA NOSSA AMPULHETA DO AMOR"! Caramba, vcs não têm noção do tanto que eu ri lendo aquilo. Horas e horas rindo. Aliás, eu até hoje não entendo o que me fez namorar essa criatura.O que não faz a falta de experiência ...rsrs 1

2- antes a nossa ampulheta tivesse ficado bonitinha como a da foto... Mas o Luca chegou da escola contando que algumas de outros colegas não funcionaram!! Viva a nossa!!! rsrs 2

3- Eu ainda vou arrumar um jeito de sair "passeando" pelos outros blogs, juro! Hoje temos que estudar para a prova de história que vai ter amanhã. Com direito a caravelas de Colombo, com sotaque! Eu que sempre falei NINA, fui reempreendida pelo Luca, que me disse que o correto é Niña, assim mesmo,em espanhol .. aff!! rsrs 3

4 - E a sumida valeu mais selinhos, da Jana. Obrigadíssima!!




4 comentários:

Paula disse...

Ah, Lilian, você tá chorando de barriga cheia... Você fez a ampulheta... Já me imaginou fazendo isso? Mais fácil eu comprar ou pedir para alguém fazer...

bom ver você por aqui! Muito bom mesmo!

beijos

Anônimo disse...

Hahaha... Boa essa, hein? Mas bons tempos aqueles que a única experiência que a gente fazia era a do plantio de feijão na caixa de ovos...

Boa sorte na prova de história.

Impasse Livre disse...

e vc conseguiu fazer direitinho pelo jeito...mineirinha e calma, doce e gentil, uma mãe MÂE mesmo...parabéns nem todas ma~es conseguem ser Mães como vc! beijos, saudades de ti viu? aparece e da um oi...rs...beijinhos!

Janaína Cordeiro de Moura disse...

Recebi sua mensagem sobre os truques de beleza... Não se preocupe não... Aguardarei a fase "ford" passar... E algo me diz que ela não vai demorar não... rs... rs... rs... Se cuida, linda.
Beijão.