domingo, 29 de março de 2009

São tantas emoções...

Na minha adolescência, quando vinha passar as férias escolares em BH, tinha uns amigos que andavam com um pessoal bem esquisito e que eu acabei conhecendo. Tanto que era esquisito, que na turma andavam dois caras, ambos negros, que uma das meninas ( a mais esquisita de todos) sempre acreditou que era um só, até que um dia ela encontrou com os dois ao mesmo tempo e saiu com um "Ah, vc é aquele! e vc é o outro!" E "Aquele" e "Outro" passou a ser o nome dos dois.
Pois bem, estou em casa, de volta das minhas férias, toca o telefone e era o Outro, que nem era assim muito meu amigo, só um conhecido, dizendo que estava no Rio e queria passar lá em casa para me visitar. Isso, em pleno domingão, na parte da manhã. Eu falei ( por educação)para ele ir e ele foi. Claro que chegou na hora do almoço e se a gente perguntava se ele queria mais, respondia que queria sim "... só mais um cadiquinho". Esse só mais um cadiquinho foi se prolongando, prolongando, todo mundo acabou e cansou de esperar até esse moço acabar. Parecia um refugiado, que não via comia há dias!
E essas visitas se tornaram frequentes, SEMPRE na hora do almoço( sempre dizendo que queria só mais um cadiquinho) e o Outro só sumiu, depois que pediu emprestado um caftan ( legítimo!) e um disco, que eu havia encomendado ( escondido do meu pai, que só soube da encomenda quando teve que me arrumar os dólares para pagar... desculpa, pai, por essas e outras!) da ópera rock Tommy, com a Orquestra Sinfônica de Londres , The Who e Convidados e não me devolveu.
E essa perda sempre foi muito dolorida para mim. Deve ter sido por algum tipo de penitência, por ter feito isso com meu pai( foi uma baba, garanto)porque mesmo mais velha, eu nunca tive coragem de eu mesma comprar o tal disco.
Daí, que de uns tempos para cá, cismei em procurar em sites para baixar o tal disco. E nunca achava. Cheguei até a achar 2 uns tempos atrás, mas um não era com a orquestra( era a trilha sonora do filme, que esse sim ainda tenho, muito embora seja vinil e eu não tenho mais como tocar) e o outro tava ruim demais, o som baixinho, uma porcaria. Aí, ontem, eu finalmente consegui baixar o arquivo.Passei o antivírus( preciso aprender a regra dos hífens... nem sei se tá certo assim, mas...), tudo beleza,mandei extrair e depois tentei gravar. Snif, snif. Os arquivos tinham uma terminação APE( que nem desconfio do que seja) e o modelo não era compatível para a gravação de disco de áudio. Não desisti. Fui pro Google, para descobrir se havia um jeito de transformar o tal APE em mp3 ou WAV e TINHA( caramba, achei até um filminho com um passo-a-passo)!! Baixei o programa indicado para tal, fiz tudo certinho e vcs não imaginam a minha emoção ao colocar o cd para tocar e tava lá, faixa por faixa, tocando direitinho. Chorei montes ( pura alegria) ouvindo e cantando cada faixa ( Luca não entendeu nada) o que comprova que a gente não precisa de muito para ser feliz, né?

quinta-feira, 26 de março de 2009

Não basta ser mãe!


Pois é, eu sempre pensei que para ser mãe bastava a gente carregar um barrigão enorme( foi esse o meu caso) por longos 9 meses, dar todo o amor e carinho,ficar noites sem dormir vigiando se a febre não voltou, alimentar, vestir, etc etc e tal. Triste engano. Para ser mãe é preciso também saber fazer uma AMPULHETA!É, isso mesmo, fazer uma ampulheta.Foi essa a tarefa que o Luca trouxe para a casa, junto com uma folhinha de papel com as instruções, que quando li, achei facílimo, que ia ser mamão com açúcar, doce no mel, mais fácil que tirar doce de criança ou qualquer outra expressão que vc aí lembrar para definir uma tarefa simples.Bastava pegar " duas garrafas pets pequenas de 500 ml, uma com tampinha, que deve ser furada ao meio com um prego bem grosso ( chame um adulto para fazer isso), encha uma com arroz, ou feijão, ou milho, ou farinha, junte as duas extremidades e passe fita crepe" e ZAZ, nossa ampulheta estaria prontinha. Fácil, né?
Bom, tomamos uma garrafinha de Mate Couro( um refri local, que gostamos muito em casa) abrindo uma exceção ao fazê-lo em plena quarta-feira, porque isso, de tomar refri aqui em casa só nos fins de semana. A outra , para não sermos obrigados a quebrar MUITO a regra ,eu virei numa garrafa térmica. Lavei as duas pets, deixei emborcadas para escorrer um pouco da água e facilitar quando fosse secar por dentro. Aí, abri as portas da despensa para procurar o que colocar dentro, de acordo com as tais instruções... drama total... fim de mês, pouco arroz na lata, farinha um cadiquinho só, de feijão só meio saco... procura daqui, dali, acho um saco com milho para pipoca. Ahá, minha salvação! Vamos de milho, milho pode! Coloquei o milho... decepção...a quantidade era insuciente para encher a garrafa ( que no nosso caso era maior, de 600 ml).Pensa, pensa... Vamos cortar a pet, depois encaixar mais embaixo que assim fica menor! Cortei a primeira, mas fiz muito em cima e não encaixava direito. Torce, retorce, corta mais uma beiradinha e... ficou tortinha, mas ao menos ficou com cara de garrafinha... meio torre de Pisa, mas tudo bem. Eu só tinha duas garrafas, tinha que ser aquela mesma. A outra, eu já cortei e emendei melhor, porque tinha aprendido e ficou lindinha. Passei fita crepe nas junções das duas e fui então fazer o tal furo na tampinha. Não tinha prego, daí peguei uma chave de fenda e fui esquentando na chama do fogão e aplicando quando quente na tampinha. Fiz o tal buraquinho e fui tentar fazer o milho correr de uma garrafa para a outra e... nada! "Vamos aumentar o buraco" falei pro Luca. E isso eu tive que fazer ( obviamente queimando as pontas dos meus dedos, porque a chave de fenda quente escorregou N vezes )até o buraco ficar quase que do tamanho da circunferência da tampa. Isto porque os milhos ( e aconteceria o mesmo eu usando feijão ou o arroz) não têm um formato exatamente igual um do outro e quando começavam a descer , emperravam. E uma ampulheta não pode funcionar na base de tapinhas no "bumbum" né? O que for que coloquemos dentro, precisa descer aos poucos, sem parar, num fluxo contínuo. E isso eu só consegui dessa forma, abrindo um buracão na tampa! Mas funcionou!!! Não imaginam a nossa alegria , DUAS HORAS depois que começamos, quando vimos os grãos descendo, lindos,amarelinhos, sem parar, de uma garrafa para outra. Colei rapidamente uma extremidade na outra, colocamos em pé ( quando então ficou mais visível o quanto a primeira garrafinha tinha ficado torta...) e , graças ao bom Deus, nada saiu do lugar e continuou funcionando! Graças! Viva!
A alegria só não foi maior do que a nossa decepção ao contar quanto tempo que isso levava : exatos SEIS SEGUNDOS!! Mas quer saber, que se dane quem inventou esse Para Casa e que essa(e) infeliz saiba que, em SEIS SEGUNDOS, eu sou capaz de xingar toda a sua geração pela trabalheira toda que me deu e ainda prever maldições caso chegue prá nós fazermos, mais uma dessa!!


Notinhas:

1- essa palavra AMPULHETA, sempre me remete à minha adolescência, quando na flor dos meus quinze anos, meu primeiro namorado, ele morando em BH e eu no Rio, na época o mais comum era a troca de cartas e em uma delas ele me saia com a seguinte pérola : "MAIS UM MÊS SE PASSOU NA NOSSA AMPULHETA DO AMOR"! Caramba, vcs não têm noção do tanto que eu ri lendo aquilo. Horas e horas rindo. Aliás, eu até hoje não entendo o que me fez namorar essa criatura.O que não faz a falta de experiência ...rsrs 1

2- antes a nossa ampulheta tivesse ficado bonitinha como a da foto... Mas o Luca chegou da escola contando que algumas de outros colegas não funcionaram!! Viva a nossa!!! rsrs 2

3- Eu ainda vou arrumar um jeito de sair "passeando" pelos outros blogs, juro! Hoje temos que estudar para a prova de história que vai ter amanhã. Com direito a caravelas de Colombo, com sotaque! Eu que sempre falei NINA, fui reempreendida pelo Luca, que me disse que o correto é Niña, assim mesmo,em espanhol .. aff!! rsrs 3

4 - E a sumida valeu mais selinhos, da Jana. Obrigadíssima!!




segunda-feira, 2 de março de 2009

Eu aposto...

que tem um monte de gente achando que eu sumi só prá ganhar mimos como da última vez que assim aconteceu!! Mas não é não, gente! O que tá acontecendo é que ando passando por "aquelas" fases da vida, onde a gente acaba virando uma chata, piegas e diz ' se eu contar minha vida, vc chora'... Sabe como é? Quando vc só faz trabalhar, trabalhar, sem tempo nem prá coçar? E que quando vc chega em casa, nem quer saber de computador pela frente, nem para ver abobrinha, quanto mais para alguma atividade que necessite mais do que 10 neurônios funcionando... Isso quando o bendito funciona, porque ainda tive esse problema depois que voltei das "férias". Mandei dar uma geral no meu e no do Luca e aí, foi pior a emenda do que o soneto. Ficamos mais de três semanas sem ter como usufruir deles( mais um boicote à minha criatividade... aff) o que só terminou na sexta de carnaval( opa, eu não moro na Bahia! vamos melhorar: na sexta que antecede ao carnaval...rs). E , prá completar, estou tendo que driblar
uma série de coisas ruins que insistem em me perseguir, gente que não consegue viver sem mim mas que na verdade, está longe de ter a minha amizade e/ou atenção. Tô tendo que driblar gente que, no máximo, tem o meu respeito, porque eu sou uma pessoa muito bem educada. Mas como aqui não é o muro das lamentações e como esse tipo de pessoa não merece mais do que poucas linhas, não mais falarei sobre isso.
A Paula continua na ativa e me conta as novidades e inclusive que teve gente reclamando da minha ausência( bonitinho demais, né?).E eu quero poder voltar "inteira", com tempo não só para escrever como também para ler. Mas como para fazer os dois tá complicado, optei em "sumir" até que minha vida esteja em ordem e que me sobre um tempinho para as coisas que dão prazer na vida e "blogar" é uma delas. E que também já tenha passado essa fase urubuzenta ( epa, sou flamenguista, vamos encontrar outro termo para definir... vejamos... agourenta... pouco auspiciosa..rs). E isso vai acontecer em breve, estou trabalhando ( em todos os sentidos) e rezando ( porque oração nunca é demais)para que assim o seja. Amém!